domingo, 19 de julho de 2009

O FATOR HUMANO DAS ORGANIZAÇÕES

Depois de muito observar, comecei a ter uma visão diferenciada sobre pessoas, processos e produtos. Sempre fui mais afeito às pessoas do que aos processos em si. Não tenho como negar minha natureza experimental-intuitiva. E talvez por isso eu tenha feito, de forma tão espontânea, essa ligação entre engenharia e gente.

Por outro lado, não há como negar a importância dos processos para facilitar a manutenção dos resultados. Mais ainda, como é que iríamos controlar os resultados sem indicadores adequados? Portanto, processos bem definidos e bons indicadores são muito importantes para a manutenção dos resultados desejados.

Agora imagine desconsiderar o fator humano no desenvolvimento de um produto, por exemplo. Mesmo na fase de projeto, não há como alcançar bons resultados sem que as pessoas se falem, certo? E mais, se não houver pessoas satisfeitas, a qualidade do produto final será duvidosa.

Essas são apenas algumas questões colocadas no foco da engenharia de gente.

De forma curiosa, quero recordar o acrônimo dos 3Ps (processos, produtos e pessoas). Em uma aula de sistemas de produção, comentei com o professor um 'insight' que tive. Naquele momento falávamos de produção enxuta e tópicos relacionados. Perguntei que, se existe engenharia de processo e produto, onde está a engenharia de gente? Bem, a partir desse dia eu já sabia qual seria o foco do meu trabalho. Desde então tenho prestado mais atenção nas coisas óbvias que envolvem qualquer negócio, os 3Ps, e mais especificamente, o "P" das pessoas.

Outra conclusão que cheguei foi que a falta de bons indicadores de processo (para facilitar o controle do mesmo) faz com que queiramos controlar as pessoas. Fazemos isto na tentativa de assegurar os resultados. Isto é quase natural e totalmente inconsciente. Ocorre que pessoas não estão para serem controladas (pelo menos é o que eu acredito). As pessoas estão para se relacionarem umas com as outras. Na busca de melhores resultados é mais indicado controlarmos os processos, e não as pessoas.

Na tentativa de comprovar essa tese, tenho observado as organizações com as quais mantenho relação profissional. Pesquisando, busco saber em que estágio elas estão, se elas têm os processos descritos, se atuam a partir de indicadores ou se ainda tentam controlar as pessoas.

Sistematicamente tenho colocado essa questão para gestores e executivos, ressaltando a importância do fator humano nas organizações. Procuro mostrar que a engenharia de gente é importante, não apenas para o RH, mas para toda organização.

Outro 'insight' que tive é que qualquer negócio existe para atender as pessoas envolvidas no processo. Em outras palavras, o processo existe e é mantido POR pessoas, PARA pessoas, e PELAS pessoas. Nesse caso, se retirarmos o lado humano do negócio, ele deixa de existir, pois não tem mais propósito de ser. Imagine um negócio que não atenda as expectativas das pessoas. Acredito que fique sem alma!

Bem, este blog pretende explorar os aspectos da eNGENHARIA dE gENTE que apóiam e possibilitam os negócios existirem e serem preservados, ou seja, as pessoas. Desde já você está convidado a participar deste processo. Seja bem vindo.

:)