segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A LIDERANÇA ESPONTÂNEA...

A validade desta idéia não está nas palavras, mas em minha experiência pessoal.

Liderança tem a ver com muitas coisas: habilidades, competência, atitude, mas sobre tudo com meu propósito pessoal. Ela resume uma experiência única, pois, em última instância, eu sou o líder de minha própria vida.

Em grupos, tenho estado na 'posição' de líder, assim como de ser liderado. Às vezes é importante eu soltar meus pontos de vista para enxergar as coisas por outro ângulo. Mas por que eu me coloco em uma, ou outra posição? Bem, isto tem a ver com o que eu dizia antes, meu propósito.

Quero revisar um contexto, o das organizações. Elas estão constantemente buscando identificar líderes. Vão além, investem nesta formação, pois acreditam que esta é uma competência que pode ser desenvolvida.

Pessoalmente, em minha atividade profissional, tenho apoiado gestores e diretores a melhorarem suas habilidades para liderar. De forma aberta defendo a tese de que todos nascem com a semente de líder dentro de si. E meu papel é de regar esta semente.

Acredito que estou programado para completar uma jornada pessoal, conhecer melhor quem sou, e viver mais plenamente meu potencial. Posso exercer uma liderança pessoal mais efetiva (e conseqüentemente coletiva), se me dispuser a viver o máximo de meu potencial, mantendo o propósito que me guia.

Mas, por que algumas vezes outros estão 'mais líderes' do que eu? Bem, às vezes eu posso não estar vivendo plenamente meu potencial. Meu propósito pode não estar claro, e isto me remete às dúvidas, confusões e desacertos. E isto é humano e aceitável. Não há problemas em sair "dos trilhos". O importante é que eu tome ação corretiva, e me alinhe novamente. Aí é que eu vou estar retomando a liderança da minha vida.

Para alcançar esta posição eu identifiquei três pontos-chave. E cabe eu praticar:

1) Disposição para conhecer-me, ou vulnerabilidade;
2) Disposição para correr riscos, ou coragem, e
3) Disposição para assumir responsabilidades, ou comprometimento.

Quando me disponho a explorar estes três pontos, automaticamente fortaleço, destaco e assumo o líder espontâneo que há em mim.

Resumindo, líder é alguém disposto a correr riscos, assumir responsabilidades e conhecer-se melhor. Isto naturalmente o destaca dos demais. Pode assumir diversos papéis, e ser bem sucedido em diferentes áreas de sua vida.

E nas organizações? Bem, acredito que diretores, gestores e líderes possam facilitar o processo para que mais colaboradores assumam o controle de suas próprias vidas, suas carreiras e seus papéis profissionais. Assim, quem sabe, teremos mais líderes, espontâneamente.

:)

domingo, 19 de julho de 2009

O FATOR HUMANO DAS ORGANIZAÇÕES

Depois de muito observar, comecei a ter uma visão diferenciada sobre pessoas, processos e produtos. Sempre fui mais afeito às pessoas do que aos processos em si. Não tenho como negar minha natureza experimental-intuitiva. E talvez por isso eu tenha feito, de forma tão espontânea, essa ligação entre engenharia e gente.

Por outro lado, não há como negar a importância dos processos para facilitar a manutenção dos resultados. Mais ainda, como é que iríamos controlar os resultados sem indicadores adequados? Portanto, processos bem definidos e bons indicadores são muito importantes para a manutenção dos resultados desejados.

Agora imagine desconsiderar o fator humano no desenvolvimento de um produto, por exemplo. Mesmo na fase de projeto, não há como alcançar bons resultados sem que as pessoas se falem, certo? E mais, se não houver pessoas satisfeitas, a qualidade do produto final será duvidosa.

Essas são apenas algumas questões colocadas no foco da engenharia de gente.

De forma curiosa, quero recordar o acrônimo dos 3Ps (processos, produtos e pessoas). Em uma aula de sistemas de produção, comentei com o professor um 'insight' que tive. Naquele momento falávamos de produção enxuta e tópicos relacionados. Perguntei que, se existe engenharia de processo e produto, onde está a engenharia de gente? Bem, a partir desse dia eu já sabia qual seria o foco do meu trabalho. Desde então tenho prestado mais atenção nas coisas óbvias que envolvem qualquer negócio, os 3Ps, e mais especificamente, o "P" das pessoas.

Outra conclusão que cheguei foi que a falta de bons indicadores de processo (para facilitar o controle do mesmo) faz com que queiramos controlar as pessoas. Fazemos isto na tentativa de assegurar os resultados. Isto é quase natural e totalmente inconsciente. Ocorre que pessoas não estão para serem controladas (pelo menos é o que eu acredito). As pessoas estão para se relacionarem umas com as outras. Na busca de melhores resultados é mais indicado controlarmos os processos, e não as pessoas.

Na tentativa de comprovar essa tese, tenho observado as organizações com as quais mantenho relação profissional. Pesquisando, busco saber em que estágio elas estão, se elas têm os processos descritos, se atuam a partir de indicadores ou se ainda tentam controlar as pessoas.

Sistematicamente tenho colocado essa questão para gestores e executivos, ressaltando a importância do fator humano nas organizações. Procuro mostrar que a engenharia de gente é importante, não apenas para o RH, mas para toda organização.

Outro 'insight' que tive é que qualquer negócio existe para atender as pessoas envolvidas no processo. Em outras palavras, o processo existe e é mantido POR pessoas, PARA pessoas, e PELAS pessoas. Nesse caso, se retirarmos o lado humano do negócio, ele deixa de existir, pois não tem mais propósito de ser. Imagine um negócio que não atenda as expectativas das pessoas. Acredito que fique sem alma!

Bem, este blog pretende explorar os aspectos da eNGENHARIA dE gENTE que apóiam e possibilitam os negócios existirem e serem preservados, ou seja, as pessoas. Desde já você está convidado a participar deste processo. Seja bem vindo.

:)